Excerto da seção de Economia do Correio de Domingo (02/08/2007) p. 27:
"...existe uma discussão política em torno do gasto da União, contaminação que atrasa a tomada de decisões..."
Não haveria o gasto da União de ser discutido politicamente? Ou as decisões de como gerir as políticas deveriam se limitar a alguma técnica de distribuição de recursos?
A política atrapalha a eficiência? Talvez... normativamente, tenderia a gerar conflitos que buscam consensos para que as políticas sejam implementadas o mais democraticamente possível. Isso demanda mais tempo, claro. Há uma assimetria no volume das vozes que se pronunciam a respeito disso, fazendo, muitas vezes, com que as decisões tomadas dêem consecução a interesses específicos, se afastando da busca por um interesse geral. Por isso é necessária a participação.
A busca de um bem comum é tida por alguns como ingênua, por ser inalcançável. Realmente, não há uma vontade geral, algo que vá agradar a todos irrestritamente e fazer com que todo mundo fique pulando de alegria. Porém, há metas e prioridades para cada governo eleito legitimamente. E ainda assim, muitas vezes não se cumpre as metas, ou elas são apenas ilustrativas... Desse modo, essas diretrizes podem contribuir para a parametrização do que deve ser levado em conta na hora de tomar as decisões políticas quanto às políticas públicas, mas por outro lado, nem sempre representam as reais intenções e desejos do governo e da sociedade. Acompanhar a execução das políticas públicas é sempre útil para ver quais são as reais prioridades.
Não se trata de uma simples prestação de serviços, são Políticas que toda a sociedade toma, por meio de seus entes representativos, com o fim de gerar benefícios para a própria sociedade. Não digo com isso que todos as políticas públicas devem ter objetivos generalizantes, mas são, no fim das contas, todos os cidadãos que empenham seus recursos para o financiamento dessas políticas e, assim, mesmo os benefícios concentrados em grupos específicos, são um benefício para a sociedade, pois o alcance de melhorias, principalmente para os setores mais necessitados de recursos, gera benefícios; nem que seja em longo prazo.
Mas para que esses benefícios não sejam tidos como ônus, é necessária a participação e participação pressupõe discussão política, não há como fugir disso, a não ser que se queira ficar à mercê de decisões tomadas sem uma visão mais ampla do assunto. Há setores em que uma participação mais ampla realmente trava o funcionamento da máquina administrativa, mas onde há abertura deve-se ocupar os espaços. Talvez quem disse a frase que citei no início tivesse em mente as discussões políticas motivadas por interesses não-coletivos.
Porém, ter a discussão pólítica como uma contaminação no setor público é querer afastar ainda mais a possibilidade de participação da população nas decisões governamentais. Os grupos de interesse sempre tentarão influenciar a gestão das políticas, mas a sociedade civil deve se conscientizar e participar, pois se afastando do acompanhamento das decisões políticas, só lhes restará reclamar depois de nada mais poder ser feito.
"...existe uma discussão política em torno do gasto da União, contaminação que atrasa a tomada de decisões..."
Não haveria o gasto da União de ser discutido politicamente? Ou as decisões de como gerir as políticas deveriam se limitar a alguma técnica de distribuição de recursos?
A política atrapalha a eficiência? Talvez... normativamente, tenderia a gerar conflitos que buscam consensos para que as políticas sejam implementadas o mais democraticamente possível. Isso demanda mais tempo, claro. Há uma assimetria no volume das vozes que se pronunciam a respeito disso, fazendo, muitas vezes, com que as decisões tomadas dêem consecução a interesses específicos, se afastando da busca por um interesse geral. Por isso é necessária a participação.
A busca de um bem comum é tida por alguns como ingênua, por ser inalcançável. Realmente, não há uma vontade geral, algo que vá agradar a todos irrestritamente e fazer com que todo mundo fique pulando de alegria. Porém, há metas e prioridades para cada governo eleito legitimamente. E ainda assim, muitas vezes não se cumpre as metas, ou elas são apenas ilustrativas... Desse modo, essas diretrizes podem contribuir para a parametrização do que deve ser levado em conta na hora de tomar as decisões políticas quanto às políticas públicas, mas por outro lado, nem sempre representam as reais intenções e desejos do governo e da sociedade. Acompanhar a execução das políticas públicas é sempre útil para ver quais são as reais prioridades.
Não se trata de uma simples prestação de serviços, são Políticas que toda a sociedade toma, por meio de seus entes representativos, com o fim de gerar benefícios para a própria sociedade. Não digo com isso que todos as políticas públicas devem ter objetivos generalizantes, mas são, no fim das contas, todos os cidadãos que empenham seus recursos para o financiamento dessas políticas e, assim, mesmo os benefícios concentrados em grupos específicos, são um benefício para a sociedade, pois o alcance de melhorias, principalmente para os setores mais necessitados de recursos, gera benefícios; nem que seja em longo prazo.
Mas para que esses benefícios não sejam tidos como ônus, é necessária a participação e participação pressupõe discussão política, não há como fugir disso, a não ser que se queira ficar à mercê de decisões tomadas sem uma visão mais ampla do assunto. Há setores em que uma participação mais ampla realmente trava o funcionamento da máquina administrativa, mas onde há abertura deve-se ocupar os espaços. Talvez quem disse a frase que citei no início tivesse em mente as discussões políticas motivadas por interesses não-coletivos.
Porém, ter a discussão pólítica como uma contaminação no setor público é querer afastar ainda mais a possibilidade de participação da população nas decisões governamentais. Os grupos de interesse sempre tentarão influenciar a gestão das políticas, mas a sociedade civil deve se conscientizar e participar, pois se afastando do acompanhamento das decisões políticas, só lhes restará reclamar depois de nada mais poder ser feito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário